quinta-feira, 26 de abril de 2012

A Visão


Eu vi uma menina
Dessas que parecem mesmo
Uma boneca de louça

E ela tinha movimentos
Sorrisos, gestos, vida
Na dança da inocência.

Eu vi bebês ingênuos
Traquinando com monossílabos
E fazendo poesia no olhar

Para mamães de areia
Que se derretiam ao calor
De raios trêmulos de sol.

Eu vi crianças jogando
Esconde-esconde nas nuvens,
Pequenos perdidos de Peter

Voando sem perlimpinpin
Viajando em quimeras
E panteras do tempo.

Eu vi a filarmônica angélica
Pairando beleza translúcida
Executando com estilo único

A sinfonia do amanhecer
Proibida, em tom divino,
A nossos ouvidos terrenos.

Eu vi um bale clássico:
Querubins e serafins dançando
Sobre notas de cristal.

Eu vi anjos em queda livre
E um menino travesso
A derrubá-los com pedras de bodoque.
                                                21/09/95

Jailton Matos

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