Faço viagens constantes ao país dos sonhos
onde tudo é belo e estranhamente ideal
desconcertantemente irreal como moscas volantes
ou panteras aladas em brumas envoltas.
Sigo atravessando pontes de madeira
de cidadezinhas mineiras me chamando
pontes de madeira tão antiga quanto se possa saber
em cidadezinhas sossegadamente mineiras
cheirando queijo e leite fresco e terra de montanha
pontes de madeira ou concreto
armado e tijolinhos de barro
que cruzam rios e córgos lerdos, errando entre pedras
que cruzam rios e córgos lerdos, errando entre pedras
tranquilamente mineiros nascendo e
fugindo
eternamente nas matas em Serra da
Mantiqueira.
Faço viagens constantes ao país dos
sonhos
tantas que já tenho até cidadania
nele
e onde cogito sério fixar
definitiva residência.
Sou recebido por colibris e tucanos
e peixes dourados nadando
no ar como se houvessem brincar
de inverter o sentido correto na
ordem natural das coisas.
Faço viagens constantes ao país dos
sonhos
e muitos vezes me perco em
fronteiras confusas
não sabendo se o que hora vejo é
real ou imaginário
e titubeando indefinidamente entre
escolhas tristes
como o optar pela fuga ao invés de
pelo concreto.
O concreto às vezes pode ser mais
fantasioso
mas a beleza ultimamente não tem
sido muito lúcida
e todas as pessoas precisam e
merecem um refúgio.
Fiz de minh’alma meu refúgio
insólito e voraz, extremamente
agressivo com os que ousam
penetrá-lo sem convite ou
compromisso de lealdade.
Porém tudo serve apenas para
defender
esta terra sagrada de belezas
impensáveis
também impalpáveis, mas não tomo em
conta
visto conseguem me proteger e
agasalhar-me o espírito.
Faço viagens constantes ao país dos
sonhos
e tento encontrar em investigações
amadoras
a razão honesta de um modelo que se
fará
o único completo ainda que em
brumas envolto.
22/04/05
della Rosa
della Rosa
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