terça-feira, 15 de maio de 2012


Todos dormem na madrugada amiga
com quem divido meus pensamentos
minhas angústias e tristezas
alegrias poucas, constantes inquietações.

Todos dormem no escuro
e o escuro fica ainda mais escuro
quase palpável e me persegue
como um inimigo oculto
errando entre folhas e janelas.

O silêncio permanece. Um silêncio
quase ensurdecedor, um silêncio
totalmente ameaçador, quebrado
raramente pelas rodas de um carro.

Os olhos almejam ardentemente o descanso
mas a mente em constante ebulição
provoca os sentidos com enigmas
enquanto o sono brinca de pega-pega
e de pique-esconde comigo.

À minha frente o papel
em minha mão a caneta
a alma ansiosa por sair
e se revelar toda, completa.
Porém nada acontece. Nada.

Ficou difícil falar, difícil pensar
elaborar ideias, frases, rimas.
Resultam apenas rabiscos
frases desconexas, ideias incompletas
armadilhas e disfarces do subconsciente
como se houvesse necessário vestir-me
para não aparecer nu aos olhos de todos.

A noite se arrasta escuridão adentro
porquanto tornou-se ainda mais melancólico
o suplício de transcrever amarguras
e eu já me darei por vencedor
se como fruto de um esforço sobre-humano
no final eu tiver conseguido reter
junto a mim a minha fugitiva sanidade.

dez/12

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