Paixão Lusitana
A poesia portuguesa anda de mão dada com o Fado e tem como mote inesgotável o amor: amor contido; amor sofrido; amor traído, amor não correspondido. Sofrer por amor, morrer por amor, cantar a dor.
Palavras de paixão, destino e saudade, gemem as guitarras portuguesas. Essa saudade de um país com os olhos postos no mar... Mas por detrás dessa tristeza que se canta há uma força latina que nos impele a enganar o destino, lutar pelo que queremos e abraçar a felicidade.
Apaixonámo-nos vezes sem conta e de cada vez até à exaustão, amamos, magoamos, perdoamos, vingamos o partir do coração. E nas palavras dos poetas de hoje cresce a vontade de viver desta lusitana paixão, nome da canção que abre esta coluna.
Fado
Chorar a tristeza bem
Fado
adormecer com a dor
Fado
só quando a saudade vem
Arrancar do meu passado
Um grande amor
Mas não condeno essa paixão
Essa mágoa das palavras
Que a guitarra vai gemendo também
Eu não, eu não pedirei perdão
Quando gozar o pecado
E voltar a dar de mim
Porque eu quero ser feliz
E a desdita não se diz
Não quero o que o fado quer dizer
Fado
Soluçar recordações
Fado
Reviver uma tal dor
Fado
Só quando a saudade vem
Arrancar do meu passado
um grande amor
Mas não condeno essa paixão
Essa mágoa nas palavras
Que a guitarra vai gemendo também
Eu não, eu não pedirei perdão
Quando gozar o pecado
E voltar a dar de mim
Eu sei desse lado que há em nós
Cheio de alma lusitana
Como a lenda da Severa
Porque eu quero ser feliz
E a desdita não se diz
O fado
Não me faz arrepender
Lusitana Paixão – Dulce Pontes
Música: José da Ponte; Jorge Quintela
Letra: José da Ponte; Fred Micaelo
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