sexta-feira, 6 de dezembro de 2013




Pátria pródiga, povo próspero. Pátria pérfida, povo pobre.
Parcas profetizam problemas, profetas predizem pestilências.
Prognósticos pessimistas para país penso pelo poder.
Pátria permissiva, promete progresso prodigioso pelo pré-sal
produz para poucos patrões, prolifera paradigmas pro povo.
Pobre povo pedinte, pede pão, pede proteção, pede pinico.
Povo passivo, pacificamente pede por parlamento preparado
por políticas públicas para pacificar, para proteger
pede por projetos potenciais para periferia
por privada parceria para promover palco, poesia, pintura.
Parlamento pútrido, parcimonioso, pragueja:
Política pública pra pobre? Picasso pro povo?
Pra pobre, pão. Pro povo, pinico.
Playground pra pequeno pobre? 
Pra prole pobre, pipa, pega-pega, 
pica-pau, pernalonga, presuntinho, patolino, pateta...
Pobre pode pedir petiscos, picles, pistache, picanha?
Pobre pode pedir polenta, pode pegar piolho.
Porque pobre pede picadeiro? Povo palhaço, pedante...

Pátria piegas, parlamentares preguiçosos.
Povo pisado, perturbado, peleja por pedidos: protesta, passeia, paralisa!
Povo protesta porque? Povo protesta por plebiscito?
Plebiscito!? Pretexto para presidente, para partido perpetuar poder.
Povo protesta pela pátria, povo protesta pelo país.
Povo protesta por passagem, por preços, por posto.
Povo protesta para parar preconceito
povo protesta para parar PEC.
Povo pede polícia, pede professor, pede para participar.
Peregrinando pelas pistas, povo pede pelo presente, povo pede pelo porvir.

Protestos param país. Protesto pode parar país?
Paraná protesta. Pernambuco protesta. Protesta Paraíba.
Paulista protesta? Paulista para Paulista por protesto.
Paulínia, polo petroquímico, protesta. Pacaembu protesta
Pedreira protesta, Piracicaba, Pindamonhangaba! País protesta!
Polícia prende participantes. Preso político pode.
Pergunto: Pode prender político? Pode prender parlamentar processado?
Pode prender prefeito possado? Pode prender procurador procurado?
Pode prender padre pedófilo? Pode prender pastor pedinte?
Parece... Pode prender pobre, pode prender preto, pode prender pivete.
Pode prender paupérrimo progenitor, penando por prole pálida
padecendo pindaíba para partilhar parcas provisões.
Pasmado, pede pinga pra passar problemas.
Porre passado, persiste pindura.
Piquenique pra pobre? Paçoca, pipoca.
Podólogo? Pobre pode pagar podologia? Pedicuro pro pobre pé podre.
Prouni porque? Pode pedagogo pobre? Psicólogo, psiquiatra pode?
Pobre pode postular? Profissão para pobre? Pedreiro, padeiro, porteiro.
Posto? Pharmácia. Pra pneumonia, passa paracetamol. Pra pele? Permanganato.
Político promete pacas! Planalto propõe pacto pela previdência.
Partilhar pode produzir prejuízos públicos.
Pro papai, padrinho político prepara posto. Perece-se pagão, possuindo padrinho?
Prefeitura? Penduricalho pra primos, para parentes próximos.
Prefeito passeia por Paris. Pobre? Pesque-pague.
Piano para proeminente. Pro povo, pagode.

Pelo país? Progresso? Parvoíces...
Patricinhas posam peladas para paparazzi, para Playboy.
Popozudas passeiam pelas praias, poderosas.
Pagaram preço pleno por protuberância plástica para preencher peitos.
Pagaram porque podem, porque pode pagar parcelado pelo perfil panicat.
Perdidos pela paixão pintam paisagens poéticas
plena piracema, pescadores pescando!
Placas para proteção pedem “pare”; placas proíbem parar.
Pra passar precisa pagar pedágio.
Precisa pagar pra parar, pra pernoitar, pra proteger, pra prosseguir.
Premente passarela para pedestres. Paraplégico passa por passarela?
Por passarela passa piloto, passa parteira, passa pobre parida.
Porém, pode pegar peste, perdida pelas pontes.
Protegem puro plágio, pirateiam produtos protegidos. Pirataria perfeita pode.
Posseiros puxam pistola, pegam propriedades particulares
pivetes pedintes pululam pelas praças
pequenos perdidos por Peter, predestinados pelo papa
prostitutas passeiam pelos paralelepípedos para pegar pagantes
policiais pedem peita para permitir
por pouca patrulha por pudor, pornógrafos putrefazem pessoas
púlpitos prometem paraíso por paga prolixa
pecadores pagam promessas, promovem procissão
para poder pecar persistentemente, paulatinamente
padre profere punição prescrevendo penitência para perdoar pecados
porquanto planta pecados próprios. Padre perdoa próprio pecado?
Psicólogo pode prescrever? Prescreve pena pra político...
Paranóicos piram por pouco; por pouco perde-se pelejas
pacifistas pregam paz; projétil perdido para passante
parceiras prenhes por passatempo para presidiários
presos por pesar pó, por passar pedra pra pirar
produzida pelo perigoso primo peruano, Pablo
pichador polui paredes; progresso polui planeta
placa proclama: “Promoção. Poste padrão pronto.” Preço? Pechincha.
Pôneis processados por perjúrio, publicitário poderoso passa pernoite preso.
Pôncio Pilatos podia perdoar, preferiu passar pro povo
Paulo pregou para Pórcio, para príncipes
Pedro partiu pra peleja. Pedro primeiro papa? Para...
Pergaminhos preservados para posteridade prediziam parousia,
porém poucos percebem prometida presença
Ptolomeu propôs paz, Plínio pesquisou Platão
Patati, Patatá para pajear pimpolhos.
Patrocínio possibilitaria produção poética
potentados preferem promover patrícios
povo planta pomar, praga põe pra perder
povo pobre procura por pão podre, 
prepotente promove pancadaria pública
professor percebe pagamento pequenino
paga-se pouquíssimo pelo precioso prólogo
povo pouco pode produzir para proveito próprio
porquanto por pórticos pelo planalto párias partilham PIB.
Pai, perdoa! Piedade, Pai!

País pitoresco, paternalista, paraíso perdido pra político.

Pátria, pare.
Pátria, pense.
Pátria, puna.
Pátria, proteja.

Poema pronto, paciência
poética perdida pelos profusos pleonasmos.
Preso pelo português, poetastro persevera
produzindo poesia palavrosa, plagiada.

Patético.


- JM della Rosa


quinta-feira, 22 de agosto de 2013

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Tive o privilégio de participar na coletânea "Mil Poemas Para Gonçalves Dias", com o poema abaixo: "Tragédia Grega."








Você pode ver a antologia completa nos dois links abaixo (parte 1 e parte 2). O poema acima está na parte dois, pág 411.



segunda-feira, 27 de maio de 2013

Também fiquei muito feliz com a 6ª colocação no 
"3º Concurso Literário Pague Menos".






Para baixar o livro completo clique no link abaixo e faça o download: 
O poema de Rosa Maria Bueno Matos foi classificado para participar da antologia do "3º Concurso Literário Pague Menos"




Você pode baixar o livro completo no link abaixo: 
http://portal.paguemenos.com.br/concursoliterario/livro

terça-feira, 16 de abril de 2013


Neste momento em que o mundo está mais uma vez mergulhado no caos, na dor e no horror do terrorismo, é melhor lembrarmos do velho mestre Drummond:



Entreato de Paz

As partes conflitantes decidiram
suspender a matança
e por entre ruínas e cadáveres
instaurar a esperança.

A morte, agradecida, pisca um olho
– "Era um trabalho louco
ceifar de ponta a ponta essa Indochina..."
Vai descansar um pouco?

Em vinte e três artigos e parágrafos
a sorte se resolve,
mas quem morreu sem culpa e sem aviso
esse nunca mais volve.

Neuróticos, descrentes, mutilados
– firma-se o protocolo –
volvem, de saldo, os prisioneiros: medra
medrosa flor, no solo.

Fraca se torna a força mais turuna,
incapaz a granada
de repetir efeitos conclusivos:
recolhe-se empatada.

A guerra não é mais aquela forma
de consertar o mundo
ao nosso estilo ou vista filosófica
ou apetite fundo?

Alguma coisa mais existe, e barra
a fúria belicista;
Uma coisa sem nome definido,
poder que não se avista.

E essa coisa ressurge quando a bomba
parecia extingui-la
e ninguém lhe destrói a coice d'armas
a essência tranqüila.

A guerra perde a guerra, e a vida ganha
direito de viver
Mas amanhã revive a velha história:
matar para vencer?

Este round, viva a vida! nós ganhamos
Contra o poder da morte.
A paz, de asas feridas, tão mais débil,
revela-se a mais forte.

Uma lição se colhe de tudo isto,
ou nenhuma lição:
alcançará o homem, bicho estranho,
ser de si mesmo, irmão?


Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 11 de abril de 2013

quarta-feira, 3 de abril de 2013


Hoje é terça-feira. Ou era. A esta altura já não sei ao certo que dia é. Eu deveria tentar dormir, mas sei que não vou conseguir se não tirar esse sentimento de dentro de mim. Então aqui vai.
Descobri que a bola da vez é um tal de Nicholas Sparks. O nome me diz tanto, que tive de recorrer ao Google para não errar a grafia. Mas como eu não sou referência para nada mesmo, fique à vontade para rir de minha ignorância. Estavam, minha família e eu a passear por um shopping da cidade vizinha. No primeiro piso, logo à saída da escada rolante há esta livraria, muito bonita, diga-se de passagem. A entrada fica ao centro. Na vitrine, ao lado direito, toda sorte de bugigangas que infestam estas lojas: chaveiros, porta-retratos, enfeites de mesa, pesos de papel, lanternas, isqueiros, miniaturas de automóveis e aviões e et coetera. Chama a atenção a quantidade de armas brancas, de punhais a espadas. Na prateleira de baixo, domina o cenário um grande narguilé, cercado por outros menores. Confesso que como toda minha família estava a apreciar as mil e uma bugigangas, também preferi examiná-las, do contrário não poderia agora lhe descrever a paisagem. Ao entrar na livraria dá-se de cara com posters moldurados com todo tipo de imagens da cultura anglo-americana, de coleção de guitarras e Rolling Stones a Homer Simpson. Até aí, nada de diferente de quase qualquer outra loja do gênero. Se você tiver tempo, é possível se perder por horas na pequena livraria entre tantos e tantos artigos, muito interessantes em sua maioria, e na outra maioria completamente inúteis. Não dê risada, nem ache que me confundi: há duas ou mais maiorias; depende dos olhos de quem as vê e as conta. Mas, ao lado esquerdo da vitrine e também do interior da loja há uma peculiaridade: existem, deste lado, livros.
Fui recebido com generosos sorrisos pelas vendedoras, até que uma delas, grávida por sinal, inquiriu-me se podia me ajudar.
– Só estou dando uma olhada – respondi-lhe, mas emendei em seguida – você tem uma seção de poesia?
– De quê? – perguntou a moça, quase assustada.
– De poesia. – respondi com firmeza, a esta hora já acreditanto que ela não sabia que tipo de bicho era aquele.
– Não. De poesia, não.
– E o que é que você tem de poesia?
Ela foi caminhando para o lado esquerdo da loja, como que me conduzindo para lá, porém visilvelmente perturbada.
– De poesia, eu só tinha alguma coisa de Fernando Pessoa, mas acho que já acabou... – respondeu-me enquanto tateava por uma prateleira.
Fiquei calado, esperando que ela procurarasse entre os livros. Meu filhinho, que estava comigo, começava a puxar-me a mão, querendo ver isso e aquilo.
– Você não tem nada de Drummond?
– Não.
Ela continuou procurando Pessoa por mais alguns instantes e depois admitiu:
– É... não tenho nada...
Assenti com a cabeça, e completamente contrariado balbuciei um “obrigado”. Ainda um tanto descrente com a resposta da moça, fiquei meio sem ação e continuei por ali, a pesquisar afinal, o que é que havia naquela livraria onde não se encontra um livro de Drummond. Achei um ou dois livros de Clarice Lispector, um Paulo Coelho, enfim... Vendo que eu não arredara pé, a moça pôs-se de novo a pesquisar sua prateleira, e de lá me saiu com um fóssil raro, uma pepita de ouro, ou qualquer outra símile que você queira usar, e que denote quão difícil foi encontrá-lo:
– Olha... de Fernando Pessoa eu tenho este aqui...
Tomei a raridade de sua mão. Era um cancioneiro do grande poeta. Agradeci-lhe a gentileza e devolvi o livro à prateleira. Permaneci ali mais alguns intantes e acho que só então percebi o modelo de seperação de gêneros adotado pela livraria: nas duas primeiras prateleiras estavam os “autores internacionais”. Em seguida, uma para os “autores nacionais”, seguida por uma de “religiosos” em que abundavam Marcelo Rossi e Edir Macedo, e outra de “infanto-juvenil”. Demais, eram os livros espalhado por mostruários e stands.
Ainda não havia saído da loja quando ouvi uma voz feminina solicitando a ajuda da mesma vendedora:
– Eu tô procurando um livro de um filósofo alemão, mas eu não sei o nome. Acho que é best seller. Começa com N.
A pobre vendedora ficou ainda mais perdida. Aquilo só veio reforçar a sensação de que eu já tinha sentido, de que ela jamais lera qualquer livro. Permaneceu a moça a perguntar pelo tal filósofo alemão que era best seller, a única informação que sabia, e que se visse saberia qual era. Permaneceu a vendedora atônita, sem saber o que responder. Pela insistência e pelo modo apressado de falar, pareceu-me que a moça que procurava o filósofo alemão era alguma estudante de ginásio, se é que ainda se usa este termo, que deveria ter sido castigada com algum trabalho maçante e difícil.
Como já não havia o que eu fazer ali, tomei a mão de meu filhinho, e virei-me para sair da loja. Ao me virar, dei de cara com uma moça muito bem vestida, que aparentava mais idade que eu supus, olhando angustiadamente as prateleiras e mostruários em busca do “Nis” alguma coisa. Então, tive compaixão e resolvi auxiliá-las:
– É Nietzsche.
– É Nietzsche? - perguntaram ambas.
Respondi, fazendo um gesto de lógica com minha mão livre:
– Filósofo alemão: Nietzsche – e me encaminhei para sair.
– É isso mesmo!  exclamou a moça.
Não ouvi um obrigado, de nenhuma delas. Mas antes de sair, ouvi a vendedora dizer:
– Nietzsche não tem.
Não quero parecer arrogante, ou ostentar cultura que não tenho. Nunca li Nietzsche. Mas, daí a não saber identificar o grande filósofo alemão...
Minha esposa e minhas filhas, do lado de fora, ainda olhavam as bugigangas. Decidimos tomar um sorvete.
O tal episódio talvez passasse batido, talvez não virasse uma crônica, mas foi ali, na mesa da praça de alimentação que eu me toquei de uma coisa: eu acabara de sair de uma loja de departamentos, onde no setor de livros encontrei de tudo, menos um grande autor brasileiro que fosse. Poesia, muito menos. E também me lembrei, que semana passada, visitando outro shopping, havia uma feira de livros, onde minha esposa e eu entramos. Depois de percorrer uma extensa quantidade de títulos, encontrei no canto mais apagado e de difícil acesso, três ou quatro de poesia: uns dois de Gonçalves Dias, outros dois de Fernando Pessoa. Acho que havia um de Augusto dos Anjos, mas não lembro com certeza. Drummond, Mário de Andrade, Olavo Bilac... nem pensar. Nem mesmo Paulo Leminski. Comprei dois, um de cada, para que meus poetas não ficassem enciumados entre si. Hei de mencionar que eram os livros mais baratos da feira. Minha esposa comprou um livro de artes, que pagaria, acredito, todos os títulos de poesia disponíveis e talvez ainda me sobrasse um café. Ao passar pelo caixa, ainda fizemos piada com as moças, perguntando pelos livros dos novos poetas. Uma até disse algumas palavras solícitas, mas a outra me olhou como se eu estivesse assaltando a livraria. Também me lembrei que em uma recente conversa, um amigo meu revelou-me possuir a coleção quase completa de Agatha Christie. Depois de lê-la sei lá quantas vezes, agora ele estava empenhado em fazê-lo em ordem cronológica. Perguntei-lhe se ele já havia lido um único livro de Drummond. Preciso dizer qual foi sua resposta? E ainda me lembrei de que tive o disparate de perguntar a um poeta que conheci recentemente no Sarau Literário de Campinas se encontraria seus livros nas livrarias.
– Gente como nós não tem espaço nas livrarias. Cada um divulga seu trabalho praticamente de boca a boca.
Agora, saboreando a minha casquinha, tudo isso se ajuntou. Achei que seria mais fácil procurar por Drummond na França. Também, achei melhor ir vender shampoo. Afinal, que esperança nos há, em um país em que não se pode encontrar numa livraria um único livro de seu maior poeta recente, também considerado um dos maiores do mundo? Meus comentários despertaram um olhar de estranheza da senhora que ocupava a mesa ao lado e nela se ocupava de seu lanche. Olhou-me de lado, como se eu fosse um barraqueiro procurando encrenca. Naquele instante, a poesia me pareceu pornográfica. Senti até uma certa vergonha de gostar e de tentar ser poeta.
E onde é que entra o tal Sparks nesta longa conversa?
Pois bem, após a casquinha filosófica, minha esposa levou as crianças ao banheiro e eu, que fiquei por ali aguardando, ainda meio tonto da pancada da realidade, tornei a enveredar-me pela vitrine da livraria, mas desta vez, pelo lado esquerdo. E foi aí que observei, entre destacadas biografias de Mick Jagger, Michael Jackson e Lady Gaga, os livros deste tal Nicholas Sparks. Eram pilhas e mais pilhas, e uma variedade de títulos: “Querido John”, “O Milagre”, “Um Homem de Sorte” para citar apenas os que lembro. Que não me crucifique nenhum fã do sr Sparks. Não posso tecer opinião sobre ele, posto que até o dia de hoje, desconhecia sua existência. Eu devo ser o único do planeta, uma vez que seus livros enormes, de capas belamente ilustradas ostentavam selos de “75 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo”. O que me causou náuseas foi atentar para a realidade que também na literatura, já fomos colonizados.
O ofício do poeta nunca foi dos mais fáceis e jamais foi bem remunerado. Mas já foi, ao menos, respeitado. Se você quiser saber, eu procurava por “Discurso de Primavera e Algumas Sombras”, que li já há muitos anos. Não que isso tenha qualquer importância para esta história. Mas é que acho que no Brasil, dos nossos gênios literários, não restaram sequer as sombras, quanto mais os discursos de qualquer estação. Imagine de Nietzsche.



sábado, 9 de março de 2013


















Mais uma folha se rasga 
das antigas e melhores da história.
Descobriu tarde demais que era 
mau negócio discutir com o tempo.
Justo eles que sempre foram parceiros
e ensinaram tanto um ao outro.
Mas não houve jeito algum
quis tomar outro rumo e se tornou
pássaro faceiro na contramão do tempo.
Cortou o país e desbravou montes
como raio fulgurante que se demorou
um pouco mais entre nós
com a mensagem de luz e esperança
tão mais brilhante em seus lábios.
Seu conhecimento fascinava.
Errava como todos os mortais
como errou ao se desentender com o tempo
mas seus conselhos nos tocavam
quais cristais de amor e respeito.
Conservou seu brilho único
mesmo quando este queria se extinguir
e deixou-nos ainda sorrindo.
Deixou-nos um traçado de sabedoria
para tentarmos seguir
e agradar tão bem nosso bom Deus.
Parece que foi ontem que o céu
também parou para chorar.
Parece que foi ontem
que as gotas gélidas da chuva
se confundiam ao choro de todos
e resfriavam a dor insana e inconsequente
e a saudade incontida
que ainda permanecem em nós.
Deixou-nos, por um pouco
foi ali escrever seu nome
no livro da vida e descansar.
Voltará muito em breve
e sua sabedoria novamente
nos encantará, desta vez, para sempre.

O tempo também chorou.
Perdeu mais um amigo.

22/06/97


in memoriam à Rufino Justino

domingo, 3 de março de 2013


Dando sequência ao último post, elaboramos abaixo um passo-a-passo para lhe ajudar na elaboração do seu processo.

Bem, o primeiro passo é ter sua obra pronta, claro. A FBN aceita até manuscritos, desde que sem rasuras. Se você tiver sua obra digitada, não se preocupe com formatação específica, tamanho de fonte ou nada assim. Veja como fazer.

  • Você deve numerar antes do tema cada uma de suas poesias, músicas, contos, etc. Se for um romance ou algo do gênero, numere da mesma forma os capítulos. Se ainda tiver dúvida quanto ao título, você pode usar para o registro a primeira linha de seu texto, ou o primeiro verso de sua poesia. Numere também todas as páginas, incluindo a capa. A numeração das páginas não é uma exigência da FBN, mas auxilia muito na organização e na conferência da obra, especialmente se a sua for grande. (Obs. Existem regras específicas para o registro de músicas. Você pode consultá-las aqui http://www.bn.br/portal/arquivos/pdf/Procedimentos_para_registro_de_Letras_e_Partituras.pdf

  • Faça uma capa, contendo o nome da sua obra e o seu. Se for poesia, por exemplo, deve ser o nome da primeira poesia, seguida pela expressão “e outras poesias”; abaixo você pode por seu nome. Suponhamos que a primeira poesia de sua obra chame-se “Minha grande paixão”. Sua capa ficaria assim:


Minha Grande Paixão
e outras poesias



autor
José da Silva



  • Logo após a capa você deve elaborar um índice. Se quiser indicar também o número da página em que se encontra, você pode fazê-lo. Mas o exigido mesmo é que você organize na sequência numerada. Poderia ser assim:


Índice

01 – Minha Grande Paixão
02 – O Tesouro
03 – Teus Olhos
04 – sempre que olho para você

  • Após a elaboração do índice, rubrique todas as páginas no final delas, incluindo a capa.

  • Com sua obra pronta, você deve imprimir e pagar uma GRU (Guia de Recolhimento da União). Na data atual (março de 2013), o valor para pagamento de pessoa física é de 20 reais. Vale lembrar que esta taxa é pela obra toda. Assim não importa se você enviar uma poesia, quarenta ou quinhentas. Portanto, vale a pena enviar tudo de uma vez. Você pode gerar a GRU no seguinte link: http://www.bn.br/portal/index.jsp?nu_pagina=69


  • Coloque o formulário, o comprovante original de pagamento da GRU, copia (xerox) de CPF, RG e comprovante de residência e, é claro, a sua obra toda em uma pasta de papelão com elástico. Sugerimos que você tire cópia de tudo o que for enviado, inclusive dos comprovantes e da obra para seu arquivo.

  • Procure o posto estadual da FBN mais próximo de você. Você pode entregar pessoalmente ou enviar pelos correios. Se optar pelos correios, dê preferência a uma modalidade registrada. Você encontra a lista de postos estaduais aqui http://www.bn.br/portal/?nu_pagina=30

  • Em até sessenta dias você receberá o número de registro de sua obra. IMPORTANTE: NÃO espere este tempo acabar. Se o número ainda não tiver chegado entre em contato por telefone com o posto para onde você enviou seu processo. Se o prazo vencer você precisará repetir tudo de novo e perderá o valor pago.

Pronto. Com este processo simples, que qualquer pessoa pode elaborar você terá seus direitos autorais garantidos e poderá publicar ou enviar seus originais para uma editora sem receios.

Sucesso, amigo autor!!!

Obs. Se você gostou do post ou ficou com alguma dúvida, deixe seu comentário abaixo.

Acompanhe-nos também no facebook, curtindo nossa página Toda e Qualquer Poesia 

sábado, 2 de março de 2013


     Para você que gosta de escrever, especialmente poesia, vale este post.

     O maior desejo de quem escreve é ser lido. Poesia na gaveta é como comida guardada no armário, sem ser consumida. Então, a maioria de nós opta por publicar em um blog ou uma página do facebook, por exemplo. E ficamos muito felizes quando recebemos muitas visitas, um comentário positivo ou um simples curtir. Tudo isso é muito bom, mas você já pensou em proteger seus direitos autorais? Outra coisa: você sabia que a maioria dos concursos não permite que você inclua obras publicadas virtualmente? Assim, seria muito bom pensar bem antes de publicar seu texto ou seu poema no seu perfil do facebook.
     Agora, se você acha que registrar uma poema não é importante pense no seguinte: Imagine como você se sentiria se alguém copiasse uma obra sua e a publicasse como sendo o autor. Chato, não é? Mas fica pior. Sabia que se ele a registrar sem que você o tenha feito, você (o verdadeiro autor) pode ser acusado de plágio? Por via das dúvidas, é sempre melhor fazer o registro. Vai que amanhã você seja descoberto por uma editora!
     Porém devido à falta de informação, muitos não sabem o que fazer para proteger suas obras. A boa notícia é: É tudo muito simples!!!
     O órgão que cuida dos direitos autorais no Brasil é a Fundação Biblioteca Nacional. Você pode conseguir todas as informações que necessita através do site da biblioteca, na guia Serviços Profissionais / Escritório de Direitos Autorais / Registro ou Averbação.

     O próximo post terá um passo-a-passo de como fazer, em detalhes, a proteção de suas obras. Acompanhe aqui.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013


Tua foto preparada cuidadosamente
para captar tua essência graciosa
traz consigo algo simplesmente
do que em teu corpo é verso e prosa.

E se do contexto poucos ainda
são dos que te amam e cercam
não lhes contes, flor mais linda
que para ti os olhos despertam.

Teu andar lá pela esquina
já me distrai, já me fascina;
estranho o sabor do amor.

Gentil mulher, cruel menina
agora atrai, agora assassina.
Só em teus lábios acalmo a dor.

12-11-98

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

 
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