sábado, 9 de março de 2013
Mais uma folha se rasga
das antigas e melhores da história.
Descobriu tarde demais que era
mau negócio discutir com o tempo.
Justo eles que sempre foram parceiros
e ensinaram tanto um ao outro.
Mas não houve jeito algum
quis tomar outro rumo e se tornou
pássaro faceiro na contramão do tempo.
Cortou o país e desbravou montes
como raio fulgurante que se demorou
um pouco mais entre nós
com a mensagem de luz e esperança
tão mais brilhante em seus lábios.
Seu conhecimento fascinava.
Errava como todos os mortais
como errou ao se desentender com o tempo
mas seus conselhos nos tocavam
quais cristais de amor e respeito.
Conservou seu brilho único
mesmo quando este queria se extinguir
e deixou-nos ainda sorrindo.
Deixou-nos um traçado de sabedoria
para tentarmos seguir
e agradar tão bem nosso bom Deus.
Parece que foi ontem que o céu
também parou para chorar.
Parece que foi ontem
que as gotas gélidas da chuva
se confundiam ao choro de todos
e resfriavam a dor insana e inconsequente
e a saudade incontida
que ainda permanecem em nós.
Deixou-nos, por um pouco
foi ali escrever seu nome
no livro da vida e descansar.
Voltará muito em breve
e sua sabedoria novamente
nos encantará, desta vez, para sempre.
O tempo também chorou.
Perdeu mais um amigo.
22/06/97
in memoriam à Rufino Justino
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