quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
Que beleza, não? Se é preto pode prender, que é tudo bandido. Preto é tudo igual. Aliás, o tal bandido cometeu o crime hediondo de roubar uma bolsa. Isso não se pode perdoar. Se fosse coisa pouca, como um desviozinho de alguns milhões, a gente até que fazia vistas grossas, ou quem sabe, uma vaquinha. Mas uma bolsa! Aí não dá! Ainda mais sendo preto.
E um caminhão de sorvetes perde-se e capota, matando imediatamente duas pessoas. Que sorte! Sorvete pra todo mundo! Dançando em cima da tragédia, "a população" em bando, como urubus ávidos sobre a carniça do que se foi, avança sobre o despojo, saqueia, corta o caminhão a machadadas, cospe na cara da família que sangra. Se fosse um preto roubando um pote de sorvete... Mas muitas pessoas juntas não é crime, não é errado, não há punição...
Porém, o mais legal de tudo mesmo é a comoção nacional que causaram as camisetas da Adidas. Ah! Alemães miseráveis! São todos uns nazistas! Onde já se viu... Até a nossa "presidenta" entrou na briga, repudiando essa difamação. Afinal, no nosso país não existe carnaval - e como não existe talvez você não saiba: carnaval é aquela festa onde todo mundo bebe e faz sexo com todo mundo, aquela festa onde as mulheres dançam nuas, "protegidas" por minúsculos tapa-sexos, e não é atentado violento ao pudor nem nada; é tudo lindo, vendido e noticiado, e os governos gastam milhões em marketing para atrair turistas estrangeiros (inclusive aquele alemães xenófobos e aqueles americanos superiores) para apreciar o principal produto do país: a bunda - no Brasil também não há funk, com mulheres de fio dental empinando e rebolando suas nádegas "até o chão" ou esfregando-as nas caras de quem quiser subir ao palco, com letras que tratam as mulheres não como um simples objeto; não, tratam como papel higiênico usado, como um trapo imundo. No Brasil não há prostituição infantil, nem garotas sendo vendidas pelos pais por um prato de comida; no Brasil não há corrupção, não há favelas, não há drogas. Nem futebol. Então, de onde é que os alemães tiraram essa ideia? A imagem de nosso país lá fora não é essa. Pergunte a qualquer estrangeiro. Ele lhe dirá que o Brasil é um país de povo culto, sem analfabetismo, sem fome, sem miséria, com um excelente sistema de saúde, com trabalho digno para todos. Que o Brasil é um país sério, que aqui não existe "jeitinho" e que todas as mulheres se respeitam, e não exibem seus corpos seminus, esculpidos na academia ou na clínica plástica, pelas ruas. No Brasil ninguém dança funk. Afinal, o que é que esses alemães (ou americanos, tanto faz, estrangeiro é tudo igual, é tudo gringo) têm na cabeça?
Resta um consolo. Quando eles chegarem aqui, para a copa, verão que é tudo diferente. Quem sabe a imagem de nosso país muda, não é?
E viva o país da copa!
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
por J.M. della Rosa
"Através dos versos faço uma viagem além da minha
imaginação. Devaneios perfeitos. Gosto desta fuga do real para o surreal." |
T&QP – Quem é Ana Angélica Bruni?
Ana Angélica Bruni – Tenho 34 anos e moro na cidade de Pará de Minas no estado de Minas Gerais. A vida me impulsiona a subir degraus. Resgato na suavidade de viver a aliança de poder fazer o que gosto e buscar sempre um novo aprendizado diante as incertezas. Sou mãe de um lindo garoto com olhos de jabuticaba de nome Jhonatan Bruni Marçal, com idade de oito anos. Filho amado. E é diante destes olhos negros que eu encontro alento para ser sempre esperançosa diante de qualquer obstáculo.
T&QP – Qual é a sua profissão?
Ana Angélica Bruni – Sou professora de Língua
Portuguesa, formada pela Fapam – Faculdade de Pará de Minas. Fiz licenciatura
por acreditar que o futuro está nas mãos de quem passa conhecimento. Leciono
desde o ano de 2010 e minha primeira experiência profissional foi em uma escola
estadual. Lecionei inglês na Escola Estadual Fernando Otávio em 2010. Foi meu
primeiro contato com o educando. Fazer
letras foi uma realização profissional em que as lembranças do tempo da
faculdade ainda retornam e me fazem me sentir aluna ainda. E entendendo que
sempre serei aluna; compreendo que sempre estarei a aprender para ensinar.
T&QP – Você gosta do que faz?
Ana Angélica Bruni – Há três anos leciono. E
posso dizer que meu paladar está bem mais apurado que no primeiro dia em que
lecionei. Sim. Amo o que faço. É essencial que façamos o trabalho com amor. Somente
assim poderemos atingir resultados positivos na educação.
T&QP – Por que você escolheu Pará de Minas
para viver?
Ana Angélica Bruni – Pará de Minas é conhecida
como capital do frango e do suíno porque apresenta grande produção desses
animais. Desde pequena vivo nesta cidade. Aqui conheci minhas avós e avôs,
cresci junto aos meus sete irmãos. Da infância pobre a vida adulta cheia de
conquistas. Estar viva por si já é uma conquista prazerosa degustada todos os
dias. Em Pará de Minas estudei desde as séries iniciais até a faculdade.
T&QP – Ana Angélica acredita em Deus?
Ana Angélica Bruni – Acredito fielmente em
Deus. Acredito na grandiosidade da nossa existência. E sendo humana e
possuidora de tantas fraquezas, acredito em um Deus que nos faz sábios e capazes
de distinguir ações ruins de boas.
T&QP – Você tem religião?
Ana Angélica Bruni – Eu sou católica. Vejo a
religião como essência do ser humano. Buscamos sempre entender a nossa
existência e essa capacidade única de dominar o raciocínio.
T&QP – Falando de sua carreira, quando
você começou e o que te levou a escrever?
Ana Angélica Bruni – Quando terminei a
faculdade comecei a escrever pequenos poemas. Pequenas narrativas. Gosto muito
da forma lírica de escrever. Mas foi conhecendo escritores contemporâneos que
comecei a escrever com mais freqüência.
Este espelho literário nos faz querer ver o reflexo da nossa poesia no
outro. “E foi assim que em 2013 surgiu minha primeira obra” Palavras e
Lágrimas.
T&QP – Quem é que te inspira?
Ana Angélica Bruni – Tudo ao meu redor me inspira.
Desde o grotesco barulho dos carros, ao doce voo de um passarinho. Fazer poesia
me fez ver o lado rebuscado da vida, mas também me fez ver e entender o mais
singelo .
T&QP – Além de poesia, o que mais você
escreve?
Ana Angélica Bruni – Escrevo pequenos contos.
Ainda não arrisquei a divulgá-los. Mas este ano de 2014 tenho novos projetos
para o público infantil.
T&QP – O que você mais gosta de escrever?
Ana Angélica Bruni – Gosto de escrever poesia.
Através dos versos faço uma viagem além da minha imaginação. Devaneios
perfeitos. Gosto desta fuga do real para o surreal. As figuras de Linguagem me
encantam. Esse escrever perpetuando os significados.
T&QP – Qual é o seu trabalho preferido?
Ana Angélica Bruni – Muito difícil escolher um
trabalho preferido. Cada poema que escrevi ficou em minha mente e coração.
Fazem parte de mim. Mas tem um que tenho muito gosto por ele. E é tão simples,
mas ao ouvi-lo através da recitação de um amigo e poeta, Fábio Kerouac, apaixonei
por esse poema.
Segunda- feira
Chegou
a hora segunda-feira é agora.
Momento
de abrir as cortinas.
De
fazer a faxina.
Mandar
a preguiça embora.
Chegou
a hora segunda-feira é agora.
O
sol já surgiu.
Com
ele novas esperanças.
Novas
expectativas de um dia positivo viver.
Chegou
a hora segunda-feira é agora
Momento
de novamente fazer o bem
Sem
olhar as faces.
Fazer
o bem em qualquer parte.
Chegou
a hora segunda-feira é agora...
T&QP – Quais são seus projetos atuais?
Ana Angélica Bruni – Projeto atual é fazer uma
obra com temáticas diversas com o escritor Bruno Borin Boccia. E finalizar o
projeto do livro infantil.
T&QP – O
que você pode nos contar sobre esse parceria?
Ana Angélica Bruni – Bruno
Borin Boccia é um amigo que sempre esteve presente na minha vida literária. A sua
gentileza de ser amigo está presente em minha primeira obra com a escrita de um
prefácio maravilhoso. Sinto-me feliz em poder escrever uma nova obra em
companhia de um escritor tão talentoso. Essa união da escrita é dose exata para
balançar os versos. Ainda não definimos o título da obra, mas as temáticas
serão diversas. O livro abraçará o lirismo, mas com dose da força dos versos
com que Bruno sabe conduzir. Escrever poemas com Bruno Borin Boccia é
fantástico. Uma sintonia perfeita.
T&QP – Em se falando de literatura, qual a
sua expectativa próxima?
Ana Angélica Bruni – A literatura é como uma
máquina a vapor. O escritor transmite ao leitor o conhecimento através das
linhas e isso é mágico. A expectativa que tenho é que possamos nós educadores
formar novos leitores.
T&QP – Você acaba de lançar seu primeiro
livro. Como foi essa experiência?
Ana Angélica Bruni – Acabo de Lançar “Palavras
e Lágrimas”. O meu primeiro filho nasceu. E tem sorriso no rosto. A experiência
é única e verdadeira. Ver os versos no livro foi uma alegria imensa para meus
olhos.
T&QP – O que o leitor vai encontrar em
“Palavras e Lágrimas”?
Ana Angélica Bruni – Vão encontrar uma forma
lírica de ver tudo ao redor. E é através das palavras introduzidas nos versos
da obra que danço como bailarina em várias retinas.
T&QP – Você pretende lançar outros livros?
Ana Angélica Bruni – Sim. Tenho mais sonhos.
Acredito que sonhar me faz viver com alegria. O principal projeto é concretizar a obra com a parceria de
Bruno Borin Boccia.
T&QP – Quais são seus projetos para o
futuro?
Ana Angélica Bruni – Futuro é incerto, mas
nele depositamos sonhos. E o livro para o público infantil é um futuro que
gosto de sonhar.
T&QP – O que você acha da poesia
contemporânea?
Ana Angélica Bruni – A poesia contemporânea
veio para modificar a linguagem. Chamar
a atenção para o novo. Essa nova poesia
vem aguçando muitos leitores críticos. Como educadora os clássicos permanecem,
mas é bom assimilar os clássicos com a contemporaneidade.
T&QP – Que papel a educadora e poetisa acha
que desempenha a internet na divulgação da nossa literatura?
Ana Angélica Bruni – Esse veículo de
informação chamado internet é fascinante. O bom seria se todos buscassem uma
leitura de qualidade. Nem sempre nossos filhos e alunos optam por uma boa
leitura. Mas mesmo assim acho que a internet tem sido veículo importantíssimo
para veicular textos literários.
T&QP – Como você acredita será o futuro da
poesia?
Ana Angélica Bruni – Penso que o futuro da
poesia está na mão do poeta. O poeta
conduz a poesia. Mas ser poeta não é escolha, é dom.
T&QP – Defina Ana Angélica.
Ana Angélica Bruni – Sou mulher de sentimentos
a flor da pele. Emociono-me facilmente. Mas nem sempre sou assim. Possuo um
lado também muito inquieto. Posso dizer que tenho lados opostos como o bem e
mal. Adoro ler e escrever. Adoro tudo que envolve literatura. Aprendi amar
literatura através de Carlos Drummond de Andrade recitando no ensino médio o
poema Quero.
T&QP – Defina a obra de Ana Angélica em
uma palavra.
Ana Angélica Bruni – Doçura.
T&QP – Que mensagem você gostaria de
deixar para a posteridade?
Ana Angélica Bruni – Ler é dar vida aos nossos
olhos. Cegos ficam apenas aqueles que não conseguem ver nas letras sentidos
distintos de ser feliz.
T&QP – Para finalizar, onde o leitor pode
acompanhar Ana Angélica?
Ana Angélica Bruni – Tenho uma página no
facebook: Palavras e Lágrimas.
*
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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014
O poema "A Sombra das Amoreiras" foi selecionado entre os trinta vencedores do concurso "A Palavra em Prisma 2013".
Você pode ver a lista com todos os vencedores aqui: http://www.guarulhos.sp.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=13980%3Aconcurso-a-palavra-em-prisma-divulga-selecionados-para-antologia&catid=38%3Aoutras-noticias&Itemid=56
As mulheres estendem roupas
alvas e limpas sobre os varais.
Meninos empinam suas pipas
enquanto à sombra das amoreiras
o chão tingido de negro e roxo
ameaça colorir qualquer
que por ele se atreva caminhar.
Teus cabelos morenos
escorrendo sobre os ombros
estudadamente desarrumados
exalam o perfume das primaveras
e me cativam a este chão
de onde posso, ao longe
te aspirar.
Você pode ver a lista com todos os vencedores aqui: http://www.guarulhos.sp.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=13980%3Aconcurso-a-palavra-em-prisma-divulga-selecionados-para-antologia&catid=38%3Aoutras-noticias&Itemid=56